Para qualquer estudo, é essencial definir os grupos que serão analisados. Isso permite uma compreensão mais clara do seu comportamento (RODRIGUES, 2019, apud SCHIFFMAN & KANUK, 1998). Neste caso, o foco está na geração conhecida como Baby Boomers.
Os Baby Boomers são pessoas nascidas entre 1940 e 1960, ou seja, em 2025 têm entre 65 e 85 anos. O nome surgiu porque, após a Segunda Guerra Mundial, os soldados — principalmente dos Estados Unidos — voltaram para casa e muitos países, devastados pelo conflito, precisavam se reconstruir. Para isso, incentivaram o aumento da natalidade, garantindo mão de obra e movimentando a economia.
Criados em um período de escassez, já que seus pais viam recursos do país sendo direcionados para a guerra, e buscando estabilidade, os Baby Boomers foram educados de forma autoritária. Isso resultou em duas tendências: uma parte da geração tornou-se rígida e disciplinada, enquanto outra, traumatizada pelos horrores da guerra, abraçou movimentos como o hippie, que pregava paz, amor e desarmamento.
Quando chegaram à idade de trabalhar, enfrentaram um desafio: havia muita gente e poucas vagas. A explosão populacional fez com que a competição por empregos fosse intensa. Por isso, muitos Baby Boomers valorizaram a estabilidade e permaneceram no mesmo emprego por décadas. É comum conhecermos pessoas dessa geração que tiveram apenas um ou dois empregos durante toda a vida.
Essa estabilidade, no entanto, não veio sem esforço. Competitivos por natureza, eles se dedicavam ao máximo ao trabalho, eram cuidadosos com o dinheiro e acreditavam na hierarquia. Mesmo quando não confiavam em seus líderes, raramente questionavam suas posições.
Como líderes, os Baby Boomers tendem a ser abertos a sugestões, especialmente das gerações mais jovens. Isso acontece, em parte, porque não têm tanta familiaridade com a tecnologia e reconhecem a necessidade de se adaptar.
A geração Baby Boomer foi moldada por um contexto histórico único: a reconstrução do pós-guerra, a busca por estabilidade e a educação autoritária, entretanto não foram impedidos de serem pais que permitissem uma participação em decisões familiares junto aos seus filhos; são mais brandos e próximos dos seus filhos que foram de seus pais. Esses fatores resultaram em uma geração disciplinada, focada no trabalho e respeitosa às hierarquias. Apesar dos desafios, como a falta de familiaridade com a tecnologia, eles demonstram flexibilidade ao aceitar ideias novas. Sua trajetória reflete uma busca constante por segurança e equilíbrio, deixando um legado que ainda influencia as gerações atuais.
Referências
FORMENTON, T. d., & STEFANO, S. R. (2017). Gerações e Mercado de Trabalho: Suas Relações Com Organizações. Recap, pp. 5-26.
JÚNIOR, C. C., LIMA, F. A., CONCEIÇÃO, I. A., SOUZA, W. A., & KONRAD, M. R. (21 de Fevereiro de 2016). O Gerenciamento das Relações entre as Múltiplas Gerações nos Mercados de Trabalho. Educação, Gestão e Sociedade: Revista da Faculdade Eça de Queirós.
RODRIGUES, R. R. (2014). Fundamentos de Marketing. Rio de Janeiro: Estácio.